Quero fazer-vos um desafio:
Vamos escrever um conto em conjunto?
A ideia é:
1º – Definimos as personagens, a acção, o espaço, o tempo e os obstáculos (em todos os contos que se prezam há obstáculos!) em linhas gerais;
2º – Começamos a construir mentalmente a nossa história (para a desconstruir/reconstruir umas tantas vezes, claro!);
3º – Entramos no blog, usamos o espaço dos comentários e escrevemos a nossa proposta de continuação;
4º – Eu vou editando e publicando as sugestões diariamente;
5º – No final ficaremos todos muito orgulhosos do nosso texto!!:)
Vá, vamos lá, de que estamos à espera?!
Aqui estão as variáveis para o conto:
Personagens:
Herói: um camponês pobre;
Vilão: um jovem ambicioso;
outros: uma linda rapariga de família rica;
os pais da rapariga;
os habitantes dos lugares onde a acção se desenrola.
Acção:
O camponês pobre luta afincadamente para conseguir uma vida melhor;
Apaixona-se pela rapariga;
O jovem ambicioso tenta impedir a ascenção do rapaz e a relação amorosa;
A rapariga adoece e é necessário uma planta milagrosa que apenas existe num lugar distante e perigoso;
… /…
Espaços:
– palácio
– um reino longínquo;
– grutas;
– aldeia;
– floresta;
– …/…
Obstáculos:
– azar;
– ladrões/bandidos;
– combates;
– impostores;
– distância;
– temporais;
– doenças;
– …/…
Tempo:
– passado longínquo.
E cá vai …
Há muitos anos, há tantos que a memória ou a imaginação não os conseguem alcançar, aconteceu em certo lugar deste planeta uma história deveras singular.
Um rapaz, pobre e trabalhador, labutava diariamente ao lado da sua família em busca de uma vida melhor.
Paulo, chamemos-lhe assim,pois o seu nome perdeu-se nas brechas do tempo, era alto e bem constituído. O seu olhar limpo mostrava bem a sua índole pacata. Dos seus olhos castanhos, profundos, transparecia toda a lealdade do seu ser..
(Continuação do João Miguel, 7ºC:)
interior, diferente de todas as pessoas.
Paulo trabalhava diariamente para alcançar uma melhor vida, até que, certo dia, trabalhando nos campos a carregar cestos e água, viu a princessa do seu reino que por ali passeava a cavalo, fugida das injustiças dos seus pais.
Esta, encontrou Paulo carregando pesados baldes de água e parou para o cumprimentar. Ele, repentinamente, largou os baldes e ajoelhou-se parante a princesa que lhe disse:
– Por favor camponês não precisas de te ajoelhar perante mim, continua o teu trabalho.
O camponês, perplexo, retorquiu :
– Não minha princesa, faço-o pois sois bonita e filha do rei! Todos os membros da realeza têm que ser respeitados! Eu assim fui educado.
– Se assim o dizes…. Mas já agora camponês, diz-me o teu nome.
– Minha princesa, o meu nome é Paulo.
– Olha Paulo, não precisas de me tratar por princesa. De hoje em diante tratar-me-às por Sofia.
– Sim, mas o que irão achar os outros camponeses?
– Não te preocupes com isso.
Desde aquela conversa o camponês e a princesa tornaram-se amigos. Todas as tardes a princesa passava pelos campos a cavalo e falava com todos os camponeses, mas era a Paulo que ela dedicava mais tempo.
Havia também um jovem ambicioso chamado Victor, vindo de uma familia nobre, que queria pedir Sofia em casamento.
É claro que o jovem camponês ficou contente, mas ao mesmo tempo com um nó no coração pois amava Sofia, embora não por interesse como Victor. Amava-a sincera e profundamente.
Um dia em que Paulo estava a trabalhar no campo, a princesa que passeava cavalo acompanhada por Victor, parou para o cumprimentar:
– Boa tarde Paulo, como estás?
– Bem Sofia e tu?
– Também.
Então Victor interveio com arrogância:
– Oiça lá bem camponês, nunca volte a tratar a minha futura esposa por tu!
– Sim senhor.
– Victor! – reagiu a princesa.
– Que se passa querida ?
– O que se passa é que não quero que volte a falar assim ao Paulo.
(continuação da Inês, 7ºC)
– Mas querida…
– Não há querida nem meia querida! A partir de hoje nunca mais me trate por querida! E que fique desde já percebido que eu não quero casar consigo!
– Não trates assim o Sr. Vitor por minha causa!- interveio o camponês.
– Não é por tua causa, as verdades têm que ser ditas!
Mais tarde, ao jantar, o pai disse à princesa:
-Filha, o Vitor disse-me que tu já não querias casar com ele, é verdade?
– É. Eu não o amo, pai!
– Então quem amas, filha?
– Eu não tenho a certeza, mas penso que amo uma pessoa que conheci há alguns dias!
– Filha tu tens que te casar! Já estou a ficar velhor e quando eu morrer tem que haver um rei para governar este reino…
– Eu sei pai!
– Ouve bem se não conseguires ter a certeza daqui a uma semana, escolho…
(Continuação da Ezisberta, 7ºC):
escolho… Bem, não interessa! Mas tens que escolher alguém!.. Com bom nome, astuto e com pelo menos dois palácios como os meus.
– Querido, não achas que estás a exagerar? Lembras-te que antes de nos termos casado eu era pobre? -inerveio a rainha.
– Mas é diferente! Eu sou homem… e os homens é que são os responsáveis pelo dinheiro, por isso tem que ser um homem rico, como o Victor.
– Que bom que tenho a minha mãe do meu lado! – exclamou a princesa.
– É o meu dever e o meu coração de mãe.
– E achas que não estou do teu lado, filha!? – reagiu o pai, com tristeza.
– Tu nunca me compreendes!
Sofia sentiu tanta pressão da parte do pai que abandonou a mesa e trancou-se nos seus aposentos.
Muito preocupado e um pouco irritado, o rei chamou-a:
– Vossa Alteza, D. Infanta Sofia de Noronha Sales de Albuquerque Henriques fique a saber que, no que depender de mim, no futuro terá como último nome “Silveira”. Faça favor de chegar ao seu rei – e antes de tudo, pai – que só quer o seu bem!!!!!!
(Continuação da Sofia, 7ºB)
Com a rigidez de seu pai, Sofia foi obrigada a sair dos seus aposentos e a enfrentá-lo dizendo-lhe que amava Paulo:
– Pai… eu não quero casar com Victor porque eu amo o Paulo! – disse Sofia com algum receio da reacção do seu progenitor.
– Quem é esse tal Paulo?
– Pai… Paulo é uma pessoa espectacular, simpático, bonito, inteligente… Mas…
– … mas… o quê minha filha? – perguntou o pai impaciente.
Nisto, a mãe que sabia de tudo o que a filha sentia, interrompeu a conversa entre eles e concluiu:
– Querido, Paulo é um homem honesto e trabalhador! Não tem posses… Quer dizer… a sua posse de maior valor é o amor por nossa filha Sofia!
Sofia ficou tão contente com a intervenção da mãe que quase chorou de emoção! O que ela não sabia era que Victor estava a ouvir a conversa toda e estava disposto a fazer com que Sofia se separasse de Paulo.
Victor conversou com os habitantes da aldeia onde morava e fez com que todos se virassem contra Sofia e Paulo.
Eles tentaram fugir, mas… foram apanhados pelos camponeses! Nem queriam acreditar quando descobriram que quem começara aquela confusão toda fora Victor!
Prisioneiros no castelo de Victor, Paulo foi espancado quase até à morte e Sofia ficou refém nos aposentos daquele rodeada de aias e conselheiras…
Naquele reino longínquo e quase desabitado Sofia sentia-se sozinha e triste por saber que Paulo poderia morrer por qualquer deslize seu…
Durante a noite uma das aias deixou a porta destrancada e Sofia conseguiu fugir para casa dos seus pais:
– Mãe, pai… estava com tantas saudades vossas…!
– Minha filha… – disse a mãe preocupada – onde estavas?
– Minha mãe, Paulo precisa de toda a nossa ajuda para sair das mãos cruéis de Victor!
Mas ninguém…
(Continuação do Mike, 7ºC)
acreditava que o pudessem salvar.
-Filha, tenta compreender, não se pode simplesmente entrar no palácio do Victor e libertar o Paulo. Ele deve ter centenas de guardiães e também tem fortes relações com outros reinados. Se o atacássemos estaríamos sujeitos a sofrer uma guerra…
-Mas mãe…
A mãe de Sofia, uma figura delicada envolvida em roupas de seda e com um ar preocupado, olhava para o seu marido. Mas ele mostrava uma resistência fria que indicava que não iria ajudar a filha.
O tempo passava, e com ele desaparecia a alegria da princesa. A distância do seu amor e o pensamento que o Victor podia simplesmente ter mandado executá-lo depois de descobrir que a refém tinha escapado, fez com que a saúde dela piorasse de hora para hora. Os pais mandaram vir os melhores médicos do reino, mas ninguém conseguia ajudá-la. Até que um dia, passou por lá uma bruxa.
Naquele tempo as bruxas eram perseguidas, mas como não havia “humano” capaz de ajudar a princesa, mandaram vir o “monstro”. A bruxa praticou uns rituais e examinou a princesa já moribunda quando, dando um berro, descobriu que não era doença que se pudesse atacar com remédios ou rituais. Era preciso o beijo do seu verdadeiro e único amor. Os pais lembraram-se imediatamente do Paulo.
-Eu não vou salvar esse… esse… cão vadio!
-Ó meu marido, tu não vês como está a nossa filha? Se não salvares o Paulo, ela pode morrer!
O Rei coçou a barba prateada, fechou os olhos rugosos e pensou.
-Está bem, eu vou tentar tirá-lo das mãos de Victor, mas com uma condição! Depois de a nossa filha estar completamente curada, o Paulo tem que sair do nosso reino para a nossa filha casar com o Victor!
-Pensa bem, se o mandares embora do reino só há duas hipóteses: ou ela foge com ele, ou adoece outra vez.
-Ai isso é que não . Nem que eu tenha de a fechar na torre do castelo. Ela vai casar com o Victor!
-Tu por acaso queres um genro assim? Se ele é capaz de fechar a nossa filha num quarto, também é capaz de nos fazer o mesmo quando se tornar rei! Ou pior! Pensa, pensa! Onde está o homem nobre e inteligente com o qual eu me casei?
-Onde está a mulher preocupada com o futuro que eu conheci?
-Mas eu estou preocupada com o futuro! Com o futuro do reino! Da nossa filha!
Contudo não valia de nada a insistência da mulher. Quando o Rei metia alguma coisa na cabeça deformada pela coroa pesada, assim teria que ser feito.
Entretanto, no palácio de Victor, bem afastado do calor e da luz, Paulo pensava como fugir daquele buraco. Só havia um problema. Depois de a princesa ter fugido, Victor duplicara os guardiães e assim, reduziu a zero a possibilidade de fuga. Se ele tentasse, seria executado de certeza.
Pobre camponês, sozinho naquele lugar frio, a olhar para a Lua que era a sua única companheira!
A Rainha, agindo contra a vontade do seu marido, reuniu um grupo de espiões para descobrirem se o Paulo estava vivo e onde, exactamente, se encontrava. Dois dias depois um deles voltou com notícias aliviantes, ele estava vivo.
A Rainha, logo que pôde sair do castelo, foi com alguns dos homens mais fortes e inteligentes do reino salvar Paulo. Chegado ao castelo frio de Victor…
(Continuação da Sofia, 7ºB):
mal sabia o que esperar naquela escuridão que lhe penetrava o coração e lhe dava arrepios na espinha…
Como a mãe de Sofia tinha ido sozinha, não sabia o que fazer se lhe acontecesse alguma coisa de grave, mas não exitou em salvar a sua filha Sofia. É a isto que se chama “amor de mãe”!
Falou com um dos guardiões do reino de Victor, às escondidas, e conseguiu convencê-lo a colaborar na libertação de Paulo.
Victor nem imaginava o que o esperava!
Sofia procurou a mãe pelo reino todo e não a encontrou. Logo, pensou que, ou tinha ido a trás de Paulo ou então fugira do reino.
Sofia conseguiu passar pelos guardiões que o pai colocou a guardar o reino sem ser vista e também conseguiu voltar a entrar no palácio de Victor!
Encontrou a sua mãe presa junto a Paulo… já tinha sido apanhada!
Sofia não se rendeu, apesar de estar doente de amor…!
Sentiu-se mal e desmaiou.
Aí…
(Continuação do Marcelo, 7ºB)
Pobre Princesa! O que tinha de passar: a mãe e o Paulo aprisionados numa sala, fria e escura, com apenas um buraquinho por onde, de vez em quando, viam a Lua. E o pai contra ela…
Ao ver aquilo, os guardas não hesitaram, verteram por cima da esbelta cara de Sofia água fria para ver seus lindos olhos abrir de novo.
– Paulo, Paulo. Mãe, mãe. – gritava a pobre rapariga desesperada.
Ao ver aquilo, o pai ficou destroçado. A filha por quem sempre lutou e sempre quis ter, estava ali, nos braços dos guardas sem se poder levantar…
Voltou ao seu palácio para preparar o plano de resgate da sua família.
Nessa noite não conseguira dormir, o pobre Rei D. Carlos Fernando Gabriel Gonzaga Xavier de Albuquerque Henriques pois uma espécie assustadora de pesadelos, pressentimentos terríveis e maquiavélicos assombraram a sua real cabeça.
Na manhã seguinte, bem cedo, e com ideias completamente diferentes, o Rei estava pronto. Às portas do castelo os guardas e todo o seu exército, montados em incomensuráveis, enormes, pretos e imponentes cavalos, aguardavam-no para combater contra o novo inimigo: Victor.
Àquele aparato juntaram-se todos os camponeses, pois Paulo só tinha amigos entre o povo.
A Infanta, ouvindo o aproximar das tropas do pai, pressentiu o que ia acontecer, vestiu-se e correu até à varanda.
A infanta estava muito triste e deprimida mas, ao mesmo tempo feliz com a atitude do pai. Estava felicíssima com a coragem, o amor e a força que o Rei demonstrava naquela altura.
Por sua vez, o Rei apenas pensava: “Não posso deixá-las nas mãos de homem tão maquiavélico.”
Subitamente lembrou-se de que no dia em que Victor tinha ido pedir a sua filha em casamento, o palácio tinha sido assaltado e que, por coincidência, os guardas de Victor tinham desaparecido…
Estes pensamentos acompanhavam o Rei durante o percurso. Finalmente chegaram a uma clareira, no sopé do monte que sustentava o palácio de Victor.
Mandou preparar os homens, as flechas, as lanças, os cavalos.
Todos estavam prontos, à excepção do irmão de Paulo, quese encontrava a rezar pois tinha a convicção de que, antes de chegarem ao palácio, algo de mal iria acontecer.
O Rei deu a ordem de avanço e todos se dirigiram, determinados, ao monte, para salvar as damas reais.
Infelizmente a subida tornou-se penosa, pois como chovera torrencialmente na noite e madrugada anterior, a floresta estava inundada, cheia de enormes poças pantanosas.
– Não se intimidem, é só água! – incentivou-os o Rei – duplico-vos o salário se conseguirem resgatar os prisioneiros e recuperar o ouro que nos foi roubado.
O esforço dos guardas, soldados e camponeses era imenso. Alguns ficaram mesmo para trás.
Com menos homens, a esperança diminuía, mas a energia positiva ali junta era imensa.
E assim chegaram ao sopé do monte…
(Nova continuação do Marcelo, 7ºB)
Os guardas, soldados e camponeses estavam cheios de sede, o esforço era muito.
Encontraram ali uma gruta, foi então aí que um deles descobriu água potável e foi para lá.
Instalou-se a barafunda. Todos corriam para lá, cheios de sede. Entretanto, dois camponeses mais atrevidos entraram na gruta. Era muito escura, provocava um certo receio… Era assustadora. Mas eles entraram.
Apenas se ouvia a água a cair e os passos deles, nada mais.
– Olha, não queres voltar para trás? – dizia um camponês.
– Não, porquê? Estás com medo? – respondia outro.
– Um bocadinho.
– Anda lá, sem receios.
E lá foram eles, dando mais um passo avante. Como era escuro eles embatiam em coisas que por ali estavam. Aquele que estava com mais medo, foi contra um objecto, que não conseguiu identificar no momento. Deu um grito e o companheiro assustou-se. Ao observarem aquilo mais atentamente acharam-no esquisito, diferente de tudo o que conheciam.
– O que é isto?
– Não sei. Mas parece esquisito.
– Guardas, guardas, venham ver isto!! – chamou um deles.
Os guardas vieram, com luz.
O Rei pediu ordem, pensou que estariam numa falta de tempo. Quando chegou perto do artefacto, exclamou:
-O quê!? Mas isto é. Isto é…
– Senhor, encontrámos o seu ouro!
-Pois foi! Como é que veio aqui parar?
-Senhor, se calhar isto é um esconderijo de Victor. – disse um dos guardas.
– Pois, e eles devem ter uma passagem secreta para aqui! – concluiu o Rei.
Esconderam o ouro em local seguro e partiram em direcção à mansão.
(Continuação do Afonso, 7ºC)
Nos arredores da mansão/fortaleza, enormes muralhas amarelas erguiam-se à volta do castelo, também enorme. O rei viu Victor, sentado num trono no terraço do castelo, olhando para ele com desprezo. E, então, Victor pegou num megafone e gritou:
– Atenção a todas as tropas do rei Dom Carlos! Todos serão mortos se ousarem entrar, mas, se se renderem, a vossa vida será poupada quando eu me tornar rei! MUHAHAHAHAHAHAH!
O rei gritou, na esperança de acabar com aquele infame Victor:
– E eu triplico o salário, mais o bónus de Natal, a quem entrar naquela fortaleza!
Nenhuma tropa voltou para trás, e, então, Victor carregou num botão vermelho junto ao seu trono e, usando o megafone, gritou:
– Então, entrem!
As portas abriram-se, eles viram…
Amei o blog e a construção do conto! Parabéns!
eu gostei muito tomara que eu consiga escrever e muito grande *-*
Esses contos são muito grandes!! É bom pra ler, mas pra escrever…. Senhor jesus me acuda!!! kkkkkk’
PARABÉNS A TODOS OS “ALUNOS – ESCRITORES” desta página, muito criativa todas a s ideias e palavras escritas, o rumo que o conto tomou e acontece, a continuação de uns e outros….enfim, tudo muito bom e amei tudo isso. Amo ler e escrever e achei isso tudo bem a minha cara….Rs
REINO DA MARACUTAIA
.-filosofia de um desvairado-.
Não importa
Que a mula manque
O que importa
É que a maracutaia me banque.
Sou esperto
Liso que nem quiabo
Sempre de olho aberto
Comigo ninguém pode nem o diabo.
Se tiver que ferrar
Eu ferro mesmo
Isso sem pestanejar
E vou saboreando um torresmo.
Fiz um pacto
Com o Monstro Sist
Como de facto
A minha tese persiste.
Eu não vivo
Sem pataca$
Não uso distintivo
Sou velhaco pacas.
Gosto muito
De gente puxando meu saco
Manipulo sem susto
Se precisar dou-lhe um sopapo.
Ninguém me atinge
Estou blindado
Mesmo que eu finjo
Não vivo preocupado.
Mas refletindo
O que será mim
Que vivo mentindo
Um dia isso tudo terá um fim.
Tangerynus
Nossa!Parabéns á esses alunos muita criatividade tbm dou do 7°,amo escrever…Por favor terminem a histótia estou curiosa
áH AxO que deviam fazer NOvos cOntOs asSim da mesma fOrma, está Uma ideia muitO bOa
Sim senhor isto tá bOm, Ali O tal marcelO manda estilO cOm O cOmentáriO áháh xD Mas bem, Parabens a tOdOS que o escreveram
COVERSANDO COM O MEU AVÔ ZECA BEM
J. C .Oliveira (Tangerynus) – José Pereira Tangerino
– Hei vô o que é que o senhor acha de ter vindo morar aqui na capital de São Paulo justamente no bairro do Ipiranga onde D. Pedro I proclamou a Independência do Brasil.
– É Zé Carlos, como você sabe, tem os prós e os contras, certo!
– lembro-me de que quando nós morávamos no sitio, havia um farturão, tratando-se de alimentos, mas para ganhar alguns “mirréis” era muito difícil, e eu vivia fazendo cambiocó.
Hei vô o que é cambiocó?
É Zé Carlos, cambiocó, quer dizer fazer trocas, trocar algum objeto por outro, e assim por diante.
– Hei vô eu sei que significa troca, fazer rolo, mas porque cambiocó?
Sei lá Zé, essa era a maneira de prosear dos caboclos que moravam no bairro rural da famosa Fazendinha lá em Descalvado.
Zé, eu tinha lá no sitio algumas cabeças de gado, um cavalo bem arreado, e de vez em quando eu ia até o Porto Ferreira fazer compras na loja do Loureiro, que ficava na Rua 24 de Outubro bem próximo da Estação Ferroviária da Cia. Paulista.
Um dos problemas que nós tínhamos, era a questão de que o gado se dispersava, pois eu estava na lida, aliás, trabalhando na roça, esquecia de colocar as cangaias nos animais, e eles varavam pela cerca, iam comendo todo o capim que encontravam pela beira da estrada, até que vinham o pessoal do D.E.R. – Departamento de Estrada e Rodagem, e o que acontecia, era que eles levavam o meu pequeno gado, e toca-me ter que ir lá no departamento pagar uma taxa para obtê-los de volta, era uma trabalheira danada.
Quando nós queríamos tomar leite, leite puro de vaca, era só ir até o curral, pegar no ubre da vaca “mimosa”, apertar com os dedos e encher o latão de alumínio.
Eu tinha o costume de misturar leite com farinha de milho, botava uma pitada de goma de mascavo (rapadura) e mandar pro papo. Comer mingau de cambuquira nem se fala.
Eu tinha lá no mangueirão algumas leitoas, que vorta e meia viviam dando crias, lógico que não podia faltar os cachaços (porcos machos). De vez em quando abatíamos uma leitoa, portanto daquele torresminho gostoso,
,dos ovos das galinhas caipiras, que a sua avó Júlia fritava no fogão de lenha, só de lembrar dá água na boca, sua avó Julia, que Deus a tenha em bom lugar (*1904+20/10/1958).
Hei vô, estávamos proseando, um assunto e virou um assunto de comilança.
É Zé Carlos. Você conhece aquele ditado que diz: você come pra viver, ou vive pra comer, e que saco vazio não para em pé.
É Zé Carlos falar da capital vai ficar para outro dia.
Mas falando da Fazendinha, lembrei-me dos nossos vizinhos, gente boa como que. Era as famílias dos: Reducino, Reginaldo, Lima, Carlino, Alves e nós Tangerinos que foram misturando uns com os outros, e acabamos sendo todos parentes.
Hei vô, o senhor lembra do preço do sitio, isto é, quanto o senhor pagou por ele, e por quanto vendeu.
É Zé, por quanto eu vendi isso já não recordo mais, o nosso dinheiro mudou tanto de nome, que foi: pataca, mirreis, cruzeiro, novo-cruzeiro e assim por diante. O que eu posso dizer é que o sitio pertencia ao meu pai, cujo nome era MANOEL PEREIRA TANGERINO+1886, não confundir com o meu irmão “Néco Tangerino” (velho carreiro, que transportava lenha no seu carro-de-bois), pois é, ambos tinham o mesmo nome. As terras inóspitas não tinham valor comercial era tudo capoeira e se não me engano a conversa que eu ouvia dizer, as terras foram adquiridas a título de “Sesmarias”, terras essas que eram concedidas “por mercê de sua Majestade, o Rei de Portugal”, através do Governador da Província, se eu não me engano as terras dessa região chegou a pertencer ao ilustre Bandeirante Amador Bueno da Veiga, (ano 1625) posteriormente foi sendo desmembrada até chegar nos dias atuais.
Que dizer então que isso se deu nos tempos do Império-Colonial, tempos do D. Pedro II.
Zé é só fazer as contas. Eu nasci no dia 13 de maio de 1894, a Maria Cândida Pereira Tangerino em *1880+1960, que se casou com Pedro Severino Soares, a Etelvina Leonina de Jesus, 1890+4/11/1938, que casou com o João Mendonça Salvador faleceu em 1938, a Emerenciana Iria Tangerino que se casou com Sebastião Tobias Hilário eu não lembro o dia em que ela nasceu, apenas sei que foi no ano de *1893/12/5/1936, e o meu pai Manoel Pereira Tangerino, faleceu um dia depois de ter nascido o Néco Tangerino, isto foi em 1886, e que faleceu 27/9/1968. O meu pai era de estatura baixa, talvês judeu-português de nascimento possivelmente de Alentejo, deve ter nascido por volta de 1816 mais ou menos, a moeda que circulava era a tal de Pataca, que, aliás, esse nome tem a ver com o formato das patas dos cavalos.
Hei vô, o senhor poderia me dizer porque a cidade de Descalvado tem esse nome?
Zé eu não sei o certo, mas ouvia dizer que, devido existir uma mata fechada e ter um grande morro, cuja denominação era Morro de Descalvado, que era uma referência para os moradores não se perderem, segundo os primeiros povoadores deste lugar, que foi freguesia de Araraquara, posteriormente foi incorporada ao município de Rio Claro.
É vô, uma coisa que tenho observado é a questão de ter lido vários livros que falam da proto-história de Descalvado, mas pouco se fala do bairro rural da Fazendinha, afinal de contas, o senhor nasceu em Descalvado ou em Porto Ferreira.
Vô Zeca Bem o senhor sabia que já existia uma família Tangerino em Descalvado no ano de 1788, Sra. Coelho Tangerino esposa do Manoel Coelho Tangerino!. Na época ainda era Belém do Descalvado.
Não isso pra mim é novidade! E não sei dizer se eram meus parentes, quem sabe pode até ser!.
Zé eu fui registrado em Descalvado, mas em razão da Fazendinha ficar na divisa com Porto Ferreira pouco se falava do nosso bairro.
É vô o senhor sabe quem foi o fundador do bairro Fazendinha?
Zé neto eu não tenho a menor idéia de quem fundou!
Zé neto, mudando de assunto acabei de lembrar de que nós juntávamos vários amigos e a viola comia sorta, e aí começa a Catira.
Falando de Catira, no fim do ano de 1974, eu viajei para o Porto, passei alguns dias com os meus sobrinhos, e teve lá uma festa, que eu não podia perder. Estavam presentes entre outros o meu sobrinho Doca Tangerino. Onofre Reginaldo, Zé Mineiro, Taquari e o Manezão. Cantamos e dançamos até o sol raiar, enfim foi muito bom se divertir, pois fazia muitos anos que isso não acontecia.
Voltei pra São Paulo, dias depois recebi a noticia de que o meu sobrinho Doca tinha falecido, isso foi no dia 16 de janeiro de 1975, lá em Porto Ferreira. Parece-me que ele passou mal, levaram para o hospital, e aplicaram uma injeção de penicilina e horas depois faleceu.
É vô, a injeção de penicilina foi inventada para salvar vidas, e neste caso foi ao contrario.
É Zé isso eu não entendo…
Hei vô Zeca Bem, quantos filhos o senhor teve com a avó Julia Alves Pereira. Eu casei com a sua avó no dia 6/11/1920 em Porto Ferreira – São Paulo.
Zé Carlos, nós tivemos um total de 11 filhos, que são: Ormindo, Leonildo, Valentim, Maria, Deolinda, Ana, Orlando, Benedito, Jandira, Tereza e o primeiro que já nasceu morto, isto em 21/11/1922.
E assim foi a nossa conversa, meses depois ele faleceu em São Paulo e foi sepultado no cemitério de Vila Alpina.
Meu avô era uma pessoa muito divertida e só nos deixou muita saudade…
Onde o senhor estiver que esteja com Deus…
Nhô pai: Benedicto conversando com nhô filho J. C. Oliveira (Tangerynus)
– Hei pai, vamos conversar, pois é, raro, nós termos uma oportunidade de conversar. O senhor sai para ir trabalhar, eu também, hoje eu quero saber um pouco a história da sua família.
– Zé Carlos, tudo começou a partir da união matrimonial de: Francisco De Paula Ferreira e Maria MASSOLA de Oliveira, e isso se deu por volta dos anos de 1800? Que geraram o seu avô paterno José Osório de Oliveira, que nasceu na cidade de Brotas em 1870, casou-se em Ibitinga por volta de 1905? Ele faleceu na cidade de Borborema no dia 6/5/1940 com 70 anos de idade, infelizmente até o momento dia 1º de junho de 1967, eu não tenho nenhuma informação sobre os meus avós.
O seu avô cresceu, ficou adulto e exercia a profissão de lavrador, nestas andanças ele foi parar na cidade de Ibitinga-SP, e que nesta cidade encontrou com a sua avó Julia Maria Machado, que veio de Araraquara-SP, sendo ela filha de: Adolfo Machado e de Maria do Carmo Machado, que também não tenho informações das suas origens.
Enfim o seu avô José Osório de Oliveira que era um cidadão romântico, propôs casamento a sua avó Julia Maria, ela aceitou, e desta união nasceram nove filhos, que foram eu Benedicto e mais oito (8).
– Sebastiana (Tuca) que casou com Sebastião Leite – moravam no bairro de Indianópolis – SP – com gerações – Braz, Lurdes, Conceição, Ditinha, Terezinha, Jesus, Antonio Josefa, Maria José (Freira) e mais…
– Maria Julia (Julica) que casou com Constante Polaco – moravam na cidade de Itápolis –SP – uma das minhas sobrinhas casou-se com um aviador de nome Zitelli e se eu não me engano ele foi prefeito de Itápolis – com gerações – José, Roque, Ariovaldo, Alta, Aponina e mais…
– Francisco que casou com a Lazara – moravam em Curitiba – PR – com gerações – Arlindo (Dico) – Cida, Vicente, Benta e mais…
– Maria do Carmo (Marieta) que casou com José Tomitão – segundo o José Tomitão Filho o sobrenome correto era TOMITAN de origem italiana, mas quando foi registrar no cartório o escriturário mudou para Tomitão, moravam em Arapongas – PR – com gerações – José Fº – Armando – Neuzo – Josefina – Doraci – João – Angelina – Ari – Maria Julia – e mais…
– José Osório (tio Oliveira) que casou com a Lourença Machado, prima do ex-governador Ademar de Barros – moravam em Munhoz de Melo – PR – com gerações. – José – Lourenço – Maria – Candinho – e mais…
– Benedicto Osório de Oliveira (*17/8/1916+12/08/1968) que casou com Maria Pereira Tangerino, graças ao bom Deus a nossa genitora ainda está viva – com gerações – José, Rubens, Ademir, Antonio, Neuza e Elizabete (adotiva).
– Maria Osório que casou com Vicente Liberato – moravam em Munhoz de Melo – PR, sendo eles um dos fundadores do município acima citado – com gerações. Filhos: Mercedes, Vicente, José, Daniel e João.
– Maria Venância de Oliveira que casou com Elias dos Santos (Ferroviário) moravam em Porto Ferreira – SP – com gerações – Maria José – Eliana – (falecido José Guilherme)
– Brás Osório de Oliveira que casou com Deolinda Pereira Tangerino – moravam no Ipiranga – SP – com gerações – Célia Regina
Depois de anotar todas essa informações sobre os familiares do senhor, eu gostaria de saber como é que o senhor foi parar em Porto Ferreira – SP?
– Zé Carlos, uma das razões disso foi que o meu pai José Osório de Oliveira faleceu no dia 6/5/1940, nesta época a nossa família estava estabelecida na cidade de Borborema, devido o fato do seu falecimento a nossa família desmoronou, isto é, dos nove filhos/as, só nós três solteiros, que era eu Benedicto, o Brás e a Maria Venância e também a minha mãe Julia Maria de Oliveira, resolvemos mudar para outra cidade, mas não tínhamos uma cidade definida para fixar residência.
– Eu trabalhava no DER-Deptº de Estrada e Rodagem, e de acordo com o andamento da construção da rodovia SP 215, nós estávamos trabalhando no trecho de Porto Ferreira, eu não me lembro bem, mas resolvi sair deste emprego e fixar moradia lá no Porto. Nós moramos um bom tempo numa casinha do sitio São Vicente, se eu não me engano, o sitio pertencia à família do Sr. Moda, que o nome certo era Sr. Mota, que ficava numa subida, atualmente é o Bairro Cristo Redentor. A sua avó Julia Maria faleceu no dia 21/8/1945. Nessa época estava terminando a famigerada guerra mundial, e lá de cima nós ficávamos observando o foguetório do povo da cidade, era só alegria. Moramos também no bairro de Águas Espraiadas, e tínhamos como vizinhos às famílias: do Juca Borges, Tonico Guardiano, Ercílio Januário, alias, o meu primo Hipólito Elizário de Godoy casou com a Lurdes Januário irmã do Cilico.
– Eu lembrei de um fato acontecido quando nós trabalhávamos numa indústria cerâmica em Porto Ferreira, que não lembro muito bem, parece-me que houve uma sabotagem interna e acabaram envolvendo o seu tio Brás na história. Certo dia ele estava namorando a sua tia Deolinda Tangerino, lá bem próxima da igreja de São Benedito, chegaram alguns praças da Força Pública (policiais) e prenderam-no. Mas logo foi solto, isto porque foi provado que ele não tinha nada com a história.
– É pai, vamos encerrar as nossas prosas por hoje, enfim foi muito bom conversar com o senhor, e ao saber essas informações quem sabe num futuro próximo seja possível compor a nossa árvore genealógica.
– Zé Carlos, finalizando eu vou te dizer mais uma coisa, se existe algo importante para mim, com certeza é a nossa família.
– Pai a minha benção…E que Deus nos proteja.
– Acabei de lembrar que o meu cunhado Vicente Liberato foi um dos fundadores do patrimônio conhecido por MUNHOZ DE MELLO, inclusive existe uma rua com o nome da mãe do seu tio Vicente.
Nota: essa conversa foi por mim escrita em rascunho e bem guardada 1967, e agora resolvi digitar e salvar em disquete com documento de arquivo para fins de genealogia.
“A HISTÓRIA PELA HISTÓRIA”
-pesquisando as origens-
Resolvi pesquisar as origens dos meus ancestrais paternos e maternos, porém isso só está sendo possível a partir do dia em que comprei um computador e me inscrevi na internet.
Na internet em dou buscas nos sitio (sites) de genealogia, e vou conseguindo informações. A cada documento que contém os dados, isto mediante certidões de nascimento, de casamento, de óbito, de batizado enfim todo e qualquer documento que seja necessário para dar buscas.
A cada informação encontrada e confirmada a minha curiosidade vai ficando mais aguçada, cujo objetivo é querer saber quem foram eles.
A pesquisa visa apenas “A HISTÓRIA PELA HISTÓRIA”, nada mais do que isso, não importando se foram eles: vilões – heróis – pobres ou nobres.
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Gosto muito das conversas do tangerynus. Eu tinha minha avo Anna Tomitan que era filha do Italiano Jose ou Giuseppe Tomitan e Arcilia Lombardo. Minha avo nasceu em Rio Claro, mas a historia tinha algo com Ibitinga. Vou aos poucos descobrindo algo novo. Amo saber minha historia.
OS TRÊS DO PORTO
Era uma vez, um jacaré, uma tartaruga e um macaco, que viviam numa reserva florestal. Os três e os demais habitantes deste paraíso ecológico levavam uma vida tranqüila, isto porque tudo de que eles necessitavam para a sua sobrevivência nesta reserva havia, portanto, não tinham o que reclamar.
Nesta reserva, existia uma casa localizada bem na entrada, servindo de moradia para um senhor que com a sua família veio morar, sendo o responsável pela vigilância de toda área e também dos animais que viviam na reserva.
Ele era oriundo de uma região distante e já estava acostumado com a vida de ermitão, apesar de ter constituído família e, em razão dele ser transferido a cada quatro anos de um lugar para outro, nem sempre os seus familiares podiam acompanhá-lo.
Mas, desta vez ele veio de mala e cuia, trazendo os seus familiares e também todos os seus pertences, tais como: os móveis, aparelho de som, geladeira, enfim tudo o que tinham.
Muitas horas viajando pelas estradas, atravessando vários estados da união, até chegarem ao seu destino. Chegando à nova residência, com a ajuda da esposa, foram ajeitando os seus pertences no quarto, o que era do quarto, na cozinha que era da cozinha e assim por diante. Depois dessa trabalheira danada e já exaustos pela viajem e mais a mão-de-obra que tiveram, o cansaço o sono, disse ele para a sua esposa;”- por hoje chega, vamos dormir, porque ninguém é de ferro”.
Alguns meses se passaram e aos poucos foram se adaptando ao novo lar, ao novo trabalho. A sua esposa cuidava da casa e dos filhos e ele cuidava da reserva, circulando por toda área, vigiando e sempre atento, evitando assim a entrada de intrusos.
Nos dias de sua folga, ele gostava de ficar deitado numa rede ouvindo as suas músicas preferidas. Ele ganhou de seu amigo, um aparelho de som, mais conhecido por vitrola, dessas que a gente coloca vários discos (Lps de vinil) – um em cima de outro, e automaticamente na medida em que termina um, desce outro, e assim ele ia ouvindo músicas durante mais ou menos três horas.
Como ele não tinha vizinho, deixava o som nas alturas e o eco propagava-se por mata adentro. De binóculos em punho ele ficava observando, olhando para os quatro cantos da reserva e de repente percebeu que os animais estavam quietos, uns próximos dos outros. Ele achou interessante o comportamento dos animais, e logo pensou. ”- Caramba! Os animais também gostam de ouvir música!”, isto em razão dele, ter desligado a vitrola, quando neste momento os animais se movimentavam de um lado para o outro como se estivessem dançando. O tempo passou, e na semana seguinte, ele resolveu não ligar a vitrola, para fazer um teste, confirmar ou não aquilo que ele tinha imaginado, aliás, deduzido sobre a questão dos animais gostarem de ouvir música.
Para a sua surpresa o silêncio era total, mas, de repente, começou ouvir uma música idêntica que ele estava acostumado, quando ligava a sua vitrola.
Ficou meio acabrunhado. Exclamou: “-Oi, a vitrola está desligada, e essa música de onde que ela vem?”. Mais uma surpresa, dias depois ficou sabendo que o jacaré, a tartaruga e o macaco haviam formado um trio musical.
De fato, eles confirmaram ao serem indagados! Os animais, de tanto ouvirem as músicas que o senhor vivia tocando em sua vitrola, acabaram por decorá-las, e pensaram em formar um trio, já pensando nas próximas eleições municipais, onde todo candidato que se preze convida grupos musicais para realizarem seus comícios eleitorais.
O jacaré adotou o pseudônimo de Sankaré, o macaco de Bumbak’os, e a tartaruga o de Ketry. Fizeram uma salada de letras associando os seus nomes com instrumentos musicais, e deu no que deu. Os Três do Porto foi o nome escolhido para ser registrado na Ordem dos músicos.
O Sankaré pegou uma ventosa de oito baixos, conhecida por pé-de-bode, a Ketry, ganhou um triângulo, e o macaco como se deu bem na percussão, e por gostar de fazer muito barulho, optou escolhendo a zabumba.
Como é de praxe, todos sabem que a primeira coisa que vem na cabeça, é providenciar o cartão de visita, e assim foi o grupo rumo a uma tipografia a fim de providenciar o tal.
Depois de alguns meses ensaiando o futuro repertório resolveram, aliás, foram contratados, para se apresentarem num show comício, pois era tempo de eleições municipais. E lá eles foram animar a tal festa.
O som já estava instalado, com muitas bandeirolas coloridas, com os nomes dos candidatos, vote em fulano, sicrano e beltrano.
O encarregado de apresentar os candidatos anunciava com muita veemência o nome do conjunto: “-Com vocês Os Três do Porto, trio recém formado e fruto de nossa terra, vamos todos prestigiá-los!” Repetiu uma vez, duas, três e nada do conjunto entrar em cena, o locutor experiente foi improvisando algum texto, dando tempo. Na coxia estavam eles, todos tremendo de medo, em razão de ser a primeira apresentação em público. Estavam temerosos da multidão que se aglomerava em frente do palanque, para ouvir as promessas dos candidatos. Repentinamente alguém foi empurrando um a um, e só assim, é que eles entraram em cena. E por pouco, muito pouco, foi que eles não caíram no meio do povão. Acabou tornando-se uma cena engraçada, e o público dizia a eles:”- Que palhaçada! Afinal de contas vocês são músicos ou palhaços?”. Os três envergonhados, nada respondiam, deram uma respirada bem funda, iniciaram uma música intitulada Olho-de-Cabra e o Cachorrão. Após a execução, foram muito aplaudidos e ao mesmo tempo refez-se do susto que tinham levados.
Eles estavam um pouco assustados, e também emocionados com tudo aquilo que tinha acontecido, e o povão pedindo bis. Já refeitos, foram atendendo aos pedidos da platéia, até o encerramento do show – comício. E assim nasceu um novo conjunto musical, denominado Os Três do Porto.
Os Três do Porto, tendo como objetivo ampliar a sua banda musical resolveu de comum acordo, convocar mais um músico da redondeza para atingir um público específico, isto é, agradar também os amantes do chorinho, ritmo dos saudosistas e agora voltando.
Contatos foram realizados, vários instrumentistas apresentaram-se, até que descobriram um músico conhecido por Pandolim, e de acordo com as informações o referido músico era um exímio bandolinista.
Os Três do Porto convidaram-no para um ensaio, e assim foi. Todos os três ficaram na expectativa de um bom ensaio, deixaram tudo preparado. O Sankaré com a sua ventosa de oito baixos, a Ketry com o seu triângulo, e o Bumbak’os com a sua zabumba, ficaram esperando o Pandolim chegar. O tempo foi passando e nada. Caçamba! Disse o Sankaré para os demais companheiros, o Pandolim já deu furo no primeiro ensaio. A Ketry e o Bumbak’os olharam um para o outro demonstrando certa aflição, já bem nervosos em razão do Pandolim não aparecer para o ensaio determinado.
Conversaram entre eles acharam melhor guardar os instrumentos, foram pensando numa alternativa, isto é, ir atrás de outro músico. Alguns dias depois, o Bumbak’os, foi passear, numa outra reserva, e por acaso deu de cara com o sumido Pandolim.
O Bumbak’os perguntou para o Pandolim:”- Ó meu chapa, você marcou conosco, ficamos à sua espera e você não apareceu e nem deu satisfação, isso não se faz!”. Respondeu o Pandolim:”- Pois é, não foi minha culpa, tive uns problemas de última hora com uma vizinha”. “-Mas afinal de contas o que foi que aconteceu com você?””_ Meu amigo aconteceu que onde moro, tem uma vizinha, por sinal de idade bem avançada, e você sabe como é que é pessoa idosa, aliás, nem todas, mas essa é de amargar, é implicante e tudo mais. Eu vivia tocando bandolim, e no dia anterior ao ensaio que tínhamos marcado, resolvi preparar umas músicas, e quando dei fé já eram duas horas da madrugada, a vizinha começou a me xingar, dizendo barbaridades, gatos e lagartos, eu também não fiquei quieto, e disse também umas e outras, enfim ela chamou a polícia, e acabei indo parar na delegacia, por estar tocando altas horas da noite. O delegado de plantão, me deixou sentado várias horas, isto é tomei um chá-de-cadeira, até que ele resolveu me atender. Disse-me o delegado:”- Escuta você sabe qual é o motivo porque você está aqui?” ”-Não! Eu disse para o delegado”. “-Pois é, você fica atormentando a sua vizinha, com o seu bandolim, é esse o motivo”. Ele foi falando, falando, deu umas broncas, enfim, resumindo por causa deste fato foi que eu não pude ao ensaio que tínhamos combinado. O interessante disto tudo é que depois das broncas que levei, o delegado fez eu ir até a minha casa, dizendo para ir buscar o bandolim. Fiquei surpreso, com isso, e logo pensei, desta vez perdi o meu instrumento. Bem fui buscar o instrumento juntamente com o cabo ordenança, e retornando a delegacia, ao entrar eu ouvia um solo de violão. Enfim para minha sorte o delegado também gostava de tocar uns chorinhos, e acabamos passando horas e horas tentando fazer um dueto. Ele com o seu violão de sete cordas e eu com o meu bandolim. Finalizando foi isso que aconteceu. Ia me esquecendo, o delegado também quer fazer parte da banda. Posteriormente, o conjunto passou a chamar Os Três do Porto e a Banda Animal.
Zeca Bem, o contador de histórias
VILA CARIOCA, OS SAPOS…
Um sapo vivia comendo insetos, com a sua língua feito mola, e sempre com os olhos abertos, fazendo do seu estomago uma sacola. A gurizada da Vila Carioca estava sempre pensando em fazer uma traquinagem. Ao verem aquele sapo, logo arrumaram um toco de charuto, que, eles na sua boca iriam colocar.
Isso não demorou sequer um minuto, pois eles queriam ver o sapo fumar, e assim foi… Pegaram o sapo, abriram a sua boca, enfiaram o charuto aceso goela abaixo, chegando até o seu papo, e ele fumava sem querer. O seu pequeno corpo estufava. O resultado foi que o sapo explodiu, mas quando isso se deu, o seu veneno foi lançado bem no rosto do Nereu. Coitado do Nereu, se rosto ficou melado, e o cobreiro por todo seu corpo se estendeu.
A gurizada vendo aquilo acontecer ficaram matutando a burrada que acabaram de fazer. Refletindo sobre o ato impensado, afinal, tamanha judiação por ter aquilo praticado. Sabiam que o pobre sapo não fazia mal a ninguém, mas mesmo assim, numa brincadeira, num simples bate-papo, todos nós matamos o sapo por um vintém.
Um senhor passava pelo local, viu aquela cena, e fez um comentário. Vocês não sabem, mas não é legal, destruírem os animais, nem mesmo que ele seja um anuro ou um protozoário. Fiquem sabendo de que a Mãe Natureza é mito sabia… Eu vou relatar a vocês todos um fato interessante.
Numa região deste nosso rincão chamado Brasil, existiam muitos sapos, e os moradores achando que eles eram inúteis, resolveram exterminá-los, um a um. Meses depois toda a plantação de hortaliças, cana de açúcar, e também o milharal, foram devorados por uma nuvem de gafanhotos, que comeram tudo que viam pela frente.
Estudos foram realizados, para saber a razão disso, e no final foi comprovado cientificamente, que neste local não havia sapos. A Mãe Natureza é sabia…
A conclusão que chegaram foi saber que todo ser vivo faz parte do eco-sistema, enfim fazem parte da bio – diversidade, coisa que a Mãe Natureza é capaz, promovendo o ciclo da vida, mantendo um equilíbrio entre todos os seres. E maldito o homem, sem brio, que destroem o habitah natural, mesmo que sejam a sua lida.
Depois de ouvirem esse simples relato, todos foram para suas casas, e daí pra frente nunca mais sacrificaram os sapos, aliás, digo, deixaram de praticar tais traquinagens.
…um homem que estava a ser inforcado. Ficaram todos muito espantados, mas prosseguiram com o seu caminho. Não havia ninguém a tentar detê-los de chegar à Sofia e á sua mãe. Acharam muito estranho:
– Tenham cuidado isto pode ser uma armadilha!-avisou o rei.
UAU ! Eu éq nao tenho lá muito geito para escrever ! Mas Parabéns : )
Parabéns ao Mike e ao Marcelo, escrevem muito bem!
…
[…] textos II Lembram-se do meu texto para a história no Ponto de Encontro […]
’tá a ver stora, eu fiz
e diga lá, até se aproveita hein?